Na tarde desta quinta-feira (5), a princesa, que é sobrinha do atual imperador Naruhito, visitou o Pavilhão Japonês e o monumento em homenagem aos pioneiros da imigração japonesa falecidos, localizados no Parque Ibirapuera.
“Esse pavilhão aqui tem 71 anos. É um pavilhão que foi construído na época do quarto centenário e foi construído no Japão, desmontado, transportado de navio e montado aqui na inauguração do Parque Ibirapuera. Este é o primeiro laço entre Brasil e Japão quanto ao município. A comunidade japonesa assumiu o compromisso de administrar e manter [o pavilhão]”, explicou Roberto Yoshihiro Nishio, presidente da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (Bunkyo), que acompanhou a visita da princesa Kako na tarde de hoje ao Ibirapuera.
Em 1967, o pavilhão Japonês foi visitado pelo então casal de príncipes herdeiros Akihito e Michiko, avós da princesa Kako. Já em 2015 foram os pais da princesa, Fuminito e Kiko, que estiveram no local e plantaram ali um ipê branco.
Agora, ao lado desse ipê branco, a princesa Kako (foto) plantou uma sakura, mais conhecida no Brasil como cerejeira. “Ela me falou que gostaria de voltar ao Brasil na época em que a sakura, a cerejeira, florescer. Eu falei que daqui a uns três anos nós vamos comemorar os 120 anos da imigração japonesa no Brasil e que, desde já, ela está convidada [a retornar aqui]”, disse Nishio.
O Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre o Japão e o Brasil, que estabeleceu relações diplomáticas entre os dois países, foi assinado no dia 5 de novembro de 1895. Segundo informações do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Japão abriga a quinta maior comunidade brasileira no exterior, com cerca de 211 mil pessoas. Já a comunidade nipodescendente ou nikkei no Brasil é formada por mais de dois milhões de pessoas, o que representa a maior população de origem nipônica no mundo fora do Japão.
O Japão, que é uma das maiores economia mundiais, é um dos principais investidores do Brasil, com US$ 22,8 bilhões em estoque. Os investimentos japoneses, informa o Itamaraty, são diversificados e incluem setores como automotivo, materiais elétricos e siderurgia. As exportações brasileiras para o Japão compõem-se, na maior parte, de produtos como minério de ferro, frango, café, alumínio e milho, enquanto as importações do Japão correspondem, em sua quase totalidade, a produtos manufaturados, a exemplo de autopeças, compostos químicos, instrumentos de medição e controle e circuitos integrados.
Em março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o Japão. Na época, ele disse que pretende recuperar os US$ 6 bilhões de balança comercial que Brasil e Japão perderam na última década e avançar na abertura de mercado para a carne bovina brasileira.
No próximo dia 11 de junho, a Câmara dos Deputados deve realizar uma sessão solene em homenagem ao aniversário das relações entre o Brasil e o Japão.