A substância, que é o princípio ativo do Ozempic e do Wegovy, se tornou famosa pelo potencial emagrecedor, apesar de ter sido desenvolvida inicialmente para o tratamento do diabetes. Esse efeito se dá porque a semaglutida é um agonista do hormônio intestinal GLP-1, ou seja, uma molécula que ativa o receptor cerebral desse hormônio, equilibrando a produção de insulina do organismo e produzindo a sensação de saciedade.
A avaliação da Conitec foi solicitada pela Novo Nordisk, farmacêutica fabricante do Wegovy, e, em um parecer dado em maio, a Comissão recomendou a não incorporação devido aos custos elevados para a compra do medicamento, avaliados em até R$ 7 bilhões em cinco anos. Mas a farmacêutica argumenta que a adoção do medicamento pode reduzir custos de tratamento de doenças crônicas associadas à obesidade.
Por enquanto, a semaglutida não é oferecida por nenhum serviço público de saúde, mas uma substância semelhante, a liraglutida, é utilizada em cidades de Goiás, Distrito Federal e Espírito Santo, e também faz parte de protocolos de tratamento do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia do estado do Rio de Janeiro (Iede), e do Hospital das Clínicas e do Instituto da Criança da Universidade de São Paulo.
No começo deste ano, a prefeitura do Rio de Janeiro anunciou que pretende incorporar a semaglutida a um novo serviço de tratamento da obesidade, a partir do ano que vem.