Inicialmente, a canonização de Carlo Acutis havia sido marcada para o dia 27 de abril, na Praça de São Pedro, como parte das celebrações jubilares dedicadas aos adolescentes. Com a morte do papa Francisco, em 21 de abril, logo após o domingo de Páscoa, a data foi alterada.
“Desde cedo, Carlo demonstrou grande habilidade para a informática, dom que utilizou no serviço aos outros e na divulgação de conteúdos de formação cristã, como a exposição sobre os milagres eucarísticos”, informou o Vaticano, citando Acutis como modelo de santidade na era digital.
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O jovem foi beatificado no dia 10 de outubro de 2020 pelo papa Francisco. À época, o santo padre o descreveu como alguém que “não se acomodou numa imobilidade confortável, mas colheu as necessidades do seu tempo, porque viu o rosto de Cristo nos mais frágeis”.
“Seu testemunho mostra aos jovens de hoje que a verdadeira felicidade se encontra pondo Deus em primeiro lugar e servindo-O nos irmãos, especialmente nos últimos”, disse o pontífice, ao reconhecer um dos milagres de Carlo Acutis, cujos restos mortais repousam na cidade italiana de Assis.
Foi na Igreja Nossa Senhora Aparecida, em Campo Grande, que ocorreu o primeiro milagre reconhecido oficialmente pelo Vaticano por intercessão de Carlo Acutis, no ano de 2013. O protagonista do que a Santa Sé se refere como cura milagrosa é o brasileiro Matheus Lins Vianna, à época com 3 anos.
Diagnosticado com grave condição no pâncreas, o menino não conseguia se alimentar e apresentava vômitos constantes. “Após intensas orações da família e um toque espontâneo em uma relíquia de Carlo Acutis durante uma celebração, o menino foi curado de forma inexplicável, como atestado por exames médicos posteriores”.
O milagre, aprovado pelo Vaticano em 2020, levou à beatificação de Carlo. Já o reconhecimento do segundo milagre atribuído à intercessão do jovem possibilitou sua canonização: a cura da costa-riquenha Valeria Valverde, 21 anos, que se feriu gravemente após um acidente de bicicleta em Florença, na Itália, em 2022.
Seis dias após o acidente, a mãe de Valéria fez uma peregrinação à cidade de Assis para rezar pela cura da filha no túmulo do beato Carlo Acutis, deixando um bilhete escrito. Nesse mesmo dia, Valéria começou a respirar sozinha e, no dia seguinte, recuperou o uso dos membros superiores e recuperou parcialmente a fala.
Ao contrário das previsões médicas, Valéria passou uma semana fazendo sessões de fisioterapia e, no dia 2 de setembro de 2022, dois meses após o acidente, ela mesma fez uma peregrinação ao túmulo de Carlo Acutis, acompanhada da mãe, para celebrar sua cura.