16/10/2024 às 11h39min - Atualizada em 17/10/2024 às 00h03min

Transplantes com HIV: defesa de funcionária diz que acusação é falsa

Jaqueline é acusada de responsabilidade pela assinatura de laudos de exames de HIV errados que levaram à infecção de pacientes transplantados no Rio de Janeiro.

Agência Brasil - Saúde
https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-10/transplantes-com-hiv-defesa-de-funcionaria-diz-que-acusacao-e-falsa




A defesa da funcionária do laboratório PCS Lab Saleme Jacqueline Iris Bacellar de Assis divulgou nota nesta quarta-feira (16) alegando que ela teria sido vítima do laboratório “que manipulou e forjou mensagens, documentos e laudos”.



Jaqueline foi acusada de responsabilidade pela assinatura de laudos de exames de HIV errados que levaram à infecção de pacientes transplantados no Rio de Janeiro. Ela foi presa nessa terça-feira (15). Após ser considerada foragida, ela se apresentou à polícia e prestou depoimento.



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Além de Jaqueline, um dos sócios do laboratório, Walter Vieira, e um técnico do laboratório foram presos na segunda-feira (14). O caso está sob sigilo.



Segundo nota do próprio laboratório, Jacqueline “apresentou documentação inidônea (diploma de biomédica e carteira profissional com habilitação em patologia), induzindo o laboratório a crer que ela tinha competência para assinar laudos”.



Dois doadores tiveram laudos errados para HIV assinados pelo laboratório, que era responsável pelas testagens antes que os órgãos fossem destinados a transplantes no estado do Rio de Janeiro. Os pacientes foram considerados negativos quando na verdade eram positivos para o vírus. Por conta disso, seis pacientes foram infectados com HIV em decorrência dos transplantes.



A defesa de Jaqueline afirma que ela tem registro junto ao Conselho Federal de Farmácia (CRF 5125/RJ), e que jamais cursou faculdade ou atuou como biomédica durante sua carreira e, principalmente, junto ao laboratório investigado. “Jamais entregou qualquer documento ao laboratório que a qualificasse como biomédica e jamais assinou qualquer laudo de análise de amostras, até porque, não tem competência para isso”, diz a nota.



Segundo os advogados, ela entregou pessoalmente os documentos originais na admissão, inclusive o diploma e o registro junto ao Conselho Federal de Farmácia. “A mensagem de texto que contém o diploma de Biomédica é absolutamente falsa, como inclusive já afirmou junto a autoridade policial”, alega a defesa.



“Assim como os pacientes, Jaqueline é vítima do laboratório que manipulou e forjou mensagens, documentos e laudos, utilizando-se indevidamente de seu nome, adulterando a sua qualificação, motivos pelos quais tem plena certeza de que tudo será constatado através da investigação policial e que os devidos culpados responderão pelo ato”, acrescenta a nota.



Após a confirmação dos casos de infecção, o PCS Lab Saleme foi interditado pela Vigilância Sanitária local, com orientação técnica da Anvisa, até a conclusão das investigações, com foco na segurança dos transplantes. Novos exames pré-transplante estão sendo realizados no Hemorio.



O caso, sem precedentes, é considerado grave pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) e pelo Ministério da Saúde.




Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-10/transplantes-com-hiv-defesa-de-funcionaria-diz-que-acusacao-e-falsa
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