Médicos sem Fronteiras tem 12º profissional morto em Gaza

No período de 27 de maio a 27 de junho, a Organização das Nações Unidas registrou 613 mortes em pontos de distribuição de alimentos em Gaza.

Agência Brasil - Internacional
08/07/2025 13h04 - Atualizado há 1 dia




A organização Médicos sem Fronteiras (MSF) registrou o 12º profissional morto na Faixa de Gaza desde outubro de 2023. Abdullah Hammad foi assassinado pelo Exército israelense no último dia 3 de julho na região sul do território. 



“As forças israelenses atacaram deliberadamente um grupo de pessoas que aguardavam por caminhões de ajuda, incluindo Abdullah, sem qualquer advertência prévia”, afirma o MSF.



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Abdullah era higienista, profissional responsável pela desinfecção e manutenção do ambiente hospitalar seguro e livre de microrganismo, e havia trabalhado na clínica do MSF em Al Mawasi por um ano e meio. 



“A MSF está chocada e profundamente triste com esta tragédia atroz”, disse em nota.



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Pelo menos 16 pessoas foram mortas no total no mesmo incidente, de acordo com as equipes médicas do hospital Nasser. 




Gaza, 03/07/2025 -  Abdullah Hammad é carregado no hospital Nasser após ter sido baleado por forças israelenses, quando tentava coletar um saco de farinha no sul de Gaza. Foto: Médicos Sem Fronteiras/Divulgação
Gaza, 03/07/2025 - Abdullah Hammad é carregado no hospital Nasser após ter sido baleado por forças israelenses, quando tentava coletar um saco de farinha no sul de Gaza. Foto: Médicos Sem Fronteiras/Divulgação



Abdullah Hammad é carregado no hospital Nasser após ter sido baleado por forças israelenses, quando tentava coletar um saco de farinha no sul de Gaza. Foto: Médicos sem Fronteiras/Divulgação



“O grupo esperava desesperadamente para coletar farinha de um caminhão de assistência em Khan Younis, no sul de Gaza, próximo a uma usina de dessalinização na região, onde um episódio semelhante já havia ocorrido em 17 de junho”, informou a organização humanitária.



Segundo o coordenador de emergência de MSF em Gaza, Aitor Zabalgogeazkoa, é provável que o número real de mortos seja muito maior, pois o Exército israelense se recusou a permitir que os corpos fossem retirados do local. 



“As forças israelenses então ordenaram que as pessoas que estavam tentando recolher farinha saíssem imediatamente. O nível de desespero por alimentos em Gaza está nesse momento além de qualquer compreensão. A capacidade das agências humanitárias de atender às necessidades urgentes está restrita ao mínimo necessário. As autoridades israelenses estão limitando as movimentações e a circulação de suprimentos e criaram uma maneira militarizada de distribuir alimentos que é degradante e mortal. A situação de fome sistêmica e deliberada a que os palestinos estão sendo submetidos há mais de 100 dias está levando as pessoas em Gaza ao limite. Esta carnificina precisa acabar agora”, disse Aitor, em nota.



No dia 4 de julho, a Organização das Nações Unidas (ONU) registrou 613 mortes em pontos de distribuição de alimentos em Gaza. Os números abrangiam o período de 27 de maio a 27 de junho. 



Profissionais do MSF que estiveram recentemente na Faixa de Gaza relataram um cenário de terra devastada pelos bombardeios do exército israelense.



Segundo a coordenadora do MSF em Jerusalém Oriental, Damares Giuliana, que atendia os territórios de Gaza e Cisjordânia, 94% dos hospitais de Gaza estão fora de funcionamento porque foram bombardeados ou despejados. Os 6% que ainda funcionam também foram danificados.






Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2025-07/medicos-sem-fronteiras-tem-12o-profissional-morto-em-gaza
FONTE: https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2025-07/medicos-sem-fronteiras-tem-12o-profissional-morto-em-gaza
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