Artista português Zé Pedro Croft inaugura exposição no Rio

Uma das peças em destaque é a instalação criada para ocupar a rotunda do prédio do CCBB. Assim, espelhos refletem fragmentos da arquitetura do espaço, formando um grande quebra-cabeça visual que envolve o visitante.

Agência Brasil - Geral
24/09/2025 07h28 - Atualizado há 16 horas




O artista português José Pedro Croft (foto) inaugura nesta quarta-feira (24) sua nova exposição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro. A mostra José Pedro Croft: reflexos, enclaves, desvios reúne 170 obras, entre gravuras, desenhos e esculturas, e ficará em cartaz até 17 de novembro, com entrada gratuita.



Uma das peças mais aguardadas é a instalação criada especialmente para ocupar a rotunda do prédio histórico do CCBB. Nela, espelhos refletem fragmentos da arquitetura do espaço, formando um grande quebra-cabeça visual que envolve o visitante.



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Croft - considerado um dos nomes mais relevantes da arte contemporânea portuguesa - explora diferentes linguagens em sua produção. Nos desenhos apresentados, feitos sobre provas de gravuras, o artista utiliza linhas de nanquim de apenas 0,25 milímetros. “Faço os desenhos à mão, trazendo esse mundo de imagens de pixels para a nossa realidade, que é física ainda. É uma maneira de resistir à velocidade de estarmos sempre ligados a um excesso de estímulos”, explica.



Além dos desenhos, o público poderá interagir com esculturas em ferro, vidro e espelho, criadas para a exposição. Para o curador Luiz Camillo Osorio, há um diálogo permanente entre as diferentes linguagens que compõem o trabalho de Croft.



“O metal, o vidro, os espelhos, a linha, a cor, a memória gráfica, as sobreposições e a instabilidade tudo isso reverbera entre as gravuras, os desenhos e as esculturas”, opina.



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Carreira



Osorio ressalta, ainda, a importância da trajetória do artista, iniciada nos anos 1980: “Ele exprime vontade de liberdade e de experimentação. Já teve uma presença marcante no Brasil, em espaços como o Museu de Arte Moderna, a Bienal de São Paulo, a Pinacoteca e o Paço Imperial. Mas há muito tempo não mostrava sua produção aqui”, observa. 




Rio de Janeiro (RJ), 18/09/2025 – Exposição José Pedro Croft: reflexos, enclaves, desvios, no Centro Cultural Banco do Brasil, no cento do Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 18/09/2025 – Exposição José Pedro Croft: reflexos, enclaves, desvios, no Centro Cultural Banco do Brasil, no cento do Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil



Obras de José Pedro Croft podem ser vistas até novembro no CCBB do Rio - fotos - Tomaz Silva/Agência Brasil





Em entrevista à Agência Brasil, Croft destacou o modo como espera que o público se relacione com sua obra. “A melhor maneira de ver uma exposição é entrar de mente aberta e sem ideias pré-concebidas. Olhar, sentir e, depois, refletir sobre o que foi visto.”



Ele lembra que muitas de suas obras dialogam entre si: “Na primeira sala, há gravuras negras e vermelhas. As negras são mais desenhos, as vermelhas são manchas de cor, mas que remetem às esculturas de espelho. Há sempre uma correspondência”, assegura.



O artista ressaltou sua preocupação com a relação das obras com o espaço. “Mesmo quando crio trabalhos monumentais, interessa-me que tenham sempre uma escala humana e não se imponham pela grandiosidade. Acho que isso tem a ver com a noção de democracia”, finaliza.




Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2025-09/artista-portugues-ze-pedro-croft-inaugura-exposicao-no-rio
FONTE: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2025-09/artista-portugues-ze-pedro-croft-inaugura-exposicao-no-rio
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