“Nos Estados Unidos, uma boa química entre presidentes vai ajudar a buscarmos a melhor solução para resolvermos um tarifaço que não se justifica”, disse o também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Segundo o Palácio do Planalto, o futuro encontro foi proposto por Trump e imediatamente aceito por Lula. Mas ainda não está certo se será presencial ou por telefone, nem quando ocorrerá.
>> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp
Ao mesmo tempo em que insiste no caminho da negociação, Alckimin, que assumiu a presidência enquanto Lula está fora do país, reforçou a posição do governo brasileiro de que o tarifaço, iniciado em 6 de agosto é injusto.
“O Brasil tem, é importante destacar isso, uma tarifa [de importação] média dos Estados Unidos de 2,7%, é uma tarifa média baixa. Dos 10 produtos que os Estados Unidos mais exportam para o Brasil, oito tem tarifa é zero”, detalhou.
Perguntado se as negociações com os norte-americanos podem incluir a redução da tarifa aplicada ao etanol americano, Alckmin respondeu que “sempre tem espaço para o diálogo em questões tarifárias, não tarifárias e muita oportunidade de investimentos”. O presidente em exercício lembrou que os dois países possuem história de 201 anos de amizade.
Ao travar guerra tarifária contra diversos parceiros comerciais, Donald Trump tem alegado questões protecionistas, apontando que os Estados Unidos saem em desvantagem.
O Brasil, ao lado da Índia, é o país mais atingido, com as tarifas que chegam a 50%. Trump alega que os americanos têm déficit comercial (compram mais do que vendem) com o Brasil – o que é desmentido por números oficiais de ambos os países.
O presidente americano usou também como justificativa o tratamento dado pelo Brasil ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que considera ser perseguido político. Bolsonaro foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, em julgamento que terminou no último dia 11.
Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil, perdendo apenas para a China. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o tarifaço de 50% incide em cerca de um terço (35,9%) das exportações brasileiras para os Estados Unidos.
As exportações de produtos afetados pelo tarifaço caíram 22,4% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2024. Já as vendas de itens que não sofreram taxas adicionais recuaram 7,1%. Cerca de 700 produtos ficaram fora da lista de taxação.