Após conhecer a exposição temporária Museu Imaginário, do Museu de Arte de Brasília (MAB), o estudante Enzo Oliveira, 9 anos, escolheu a obra que mais gostou: a escultura Santíssima Trindade, do artista Antônio Poteiro. “Achei muito legal. Também gostei muito das pinturas e das artes interativas que tem no pátio”, contou ele, que conheceu o espaço junto a outros 15 alunos da Escola Classe (EC) 111 Sul, na última quarta-feira (6).
O passeio foi realizado por meio do programa MAB Educativo, que oferece visitas guiadas, com jogos e oficinas artísticas, para estudantes de instituições públicas e privadas, com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF).
Neste mês, em que é celebrado o Dia da Consciência Negra (20), o MAB Educativo preparou um roteiro especial. O público poderá conhecer a história de obras assinadas por artistas negros e indígenas presentes na exposição temporária Museu Imaginário. Em seguida, haverá oficinas de confecção de peças inspiradas nas obras expostas, como as mandalas dos irmãos Campana, feitas a partir de materiais que seriam descartados na indústria.
As visitas guiadas para instituições de ensino são gratuitas e com indicação livre. Os encontros duram em torno de 1h30 e podem ser agendados pelo site Conecta. As vagas estão abertas até o dia 20 de dezembro e retornam em 13 de janeiro. Além das mediações e práticas artísticas, o programa oferece transporte gratuito para as crianças, conforme disponibilidade, e interpretação em libras.
A coordenadora pedagógica do MAB Educativo, Isabela Formiga, afirma que, mensalmente, são recebidos de 900 a 1.000 estudantes de diversos pontos do DF. “O apoio do FAC é fundamental para a continuidade do nosso trabalho, porque só conseguimos fazer o trabalho de formação de público a partir dessas visitas, do contato do mediador com o público, porque o museu, sozinho, às vezes se torna aquele conceito da caixa branca, que não tem pessoalidade. O trabalho da mediação transforma o museu num lugar mais acessível”, observa.
O secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes, ressalta que os projetos atendidos pelo FAC são selecionados por meio de edital, em que são abrangidos diferentes nichos culturais. “Por meio do FAC, são produzidos filmes, peças de teatro, CDs, DVDs, livros, exposições, oficinas e inúmeras circulações artísticas em todo o DF”, pontua. “É com orgulho que apoiamos as oficinas do MAB Educativo com a temática da cultura negra neste mês de novembro”.
Abordagem
Quem também gostou da experiência imersiva no MAB foram as estudantes Karlyanne de Jesus, 11, e Catarina Lopes, 9. As duas contaram que ficaram encantadas com as pinturas e pretendem retornar com a família. “Achei muito legal, gostei da pintura feita com lápis, e vou falar que é bem divertido, tem um monte de oficinas”, disse Catarina. “Eu vou perguntar para minha mãe quando ela terá férias para a gente vir aqui de novo. Tem muita coisa bonita”, completou Karlyanne.
A coletânea Museu Imaginário explora o diálogo entre obras de períodos, linguagens e contextos distintos, com curadoria de Cláudio Pereira. A mostra é composta por cerca de 200 peças do acervo do MAB e da Coleção Brasília – Acervo Izolete e Domício Pereira. Destaque para uma rara série de obras de Tarsila do Amaral, além de peças de Cildo Meireles, Beatriz Milhazes, Burle Marx e João Câmara. A exposição segue até 25 de novembro de 2024.
Uma das mediadoras do projeto, Briza Mantzos explica que a abordagem de cada encontro depende da faixa etária dos estudantes. “Nos organizamos de acordo com o nível das escolas – ensino médio, ensino fundamental 1 ou 2, e ensino infantil – e criamos um percurso de acordo com a temática que temos nas exposições”, destaca. “Com os ensinos iniciais, buscamos um lugar mais lúdico para fazer essa aproximação entre a vida cotidiana e as coisas que eles reconhecem e que estão começando a experimentar, como a relação entre galeria e casa, família, animais, formas geométricas e por aí vai. Evoluímos de acordo com o nível de maturidade dos grupos”.
MAB Educativo
Nos finais de semana, as oficinas podem ser frequentadas pelo público geral sem agendamento prévio. Os encontros ocorrem aos sábados e domingos, às 10h30 e 16h30. Basta consultar a programação divulgada no site e nas redes sociais do museu, e comparecer.
→ Agendamento para escolas: via site Conecta
→ Oficinas aos finais de semana: não é necessária inscrição
→ Funcionamento: todos os dias, exceto terça-feira, de 10h às 19h
→ Acesso: gratuito
→ Endereço: Setor de Hotéis e Turismo Norte, trecho 1, Projeto Orla
Fonte: Agência Brasília