11/11/2024 às 17h11min - Atualizada em 12/11/2024 às 00h03min

Pobreza eleva em 3 vezes risco de surgimento de ansiedade e depressão

Obsessão pelo crescimento da economia e busca de riqueza causam insegurança, medo e levam as pessoas a se submeterem à precarização do trabalho.

Agência Brasil - Saúde
https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-11/pobreza-eleva-em-3-vezes-risco-de-surgimento-de-ansiedade-e-depressao
https://www.administradores.com.br/noticias/pobreza-eleva-em-tres-vezes-o-risco-de-ansiedade-e-depressao-aponta-onu


 


Um relatório das Nações Unidas aponta que pessoas em situação de pobreza têm três vezes mais chances de desenvolver problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. É o que aponta o relatório “Economia do Burnout: Pobreza e Saúde Mental”. Cerca de 11% da população mundial sofre com algum transtorno mental. 

 

 

De acordo com o relator especial da Organização das Nações Unidas e autor do relatório, Olivier De Schutter, esse cenário está relacionado à obsessão pelo crescimento da economia e busca de riqueza, levando as pessoas a se submeterem a jornadas exaustivas de trabalho e condições de trabalho precárias. 

 

 

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"Quanto mais desigual é uma sociedade, mais as pessoas da classe média temem cair na pobreza e com isso desenvolvem quadros de estresse, depressão e ansiedade", afirmou o relator.

 

 

Jornada de 24 horas por dia 

 

Segundo o relator, o principal fator de risco é jornada de 24 horas por dia, 7 dias por semana, quando o trabalhador fica disponível sob demanda, e cita como exemplos os trabalhadores de aplicativos e plataformas digitais  

 

De Schutter afirma que essa lógica "resulta em horários muito variáveis de trabalho, o que torna muito difícil manter um equilíbrio adequado entre a vida familiar e a vida profissional". A incerteza quanto ao horário de trabalho e quantidade de horas a trabalhar tornam-se grandes motivadores de depressão e ansiedade.

 

Outro fator gerador de transtornos é a ansiedade climática. Estudos apontam que inundações, secas extremas, temporais destroem as fontes de renda da população, provocando insegurança financeira e ansiedade. 

 

Ações 

 

O estudo propõe que os governos adotem medidas que reduzam as desigualdades e inseguranças, como políticas de renda básica universal (valor mínimo a que todos teriam direito para afastar a ameaça da pobreza), apoio a economia social e solidária e alterações do mundo do trabalho. 

 

O relator informou que organizações não governamentais, sindicatos, movimentos sociais e acadêmicos trabalham na apresentação de alternativas ao crescimento econômico em consonância com a erradicação da pobreza, previstas para serem apresentadas em 2025. 

 

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* Com informações da ONU News




Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-11/pobreza-eleva-em-3-vezes-risco-de-surgimento-de-ansiedade-e-depressao
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