28/11/2024 às 13h06min - Atualizada em 29/11/2024 às 00h01min

PF deflagra ação contra extração de ouro em terras indígenas no Pará

Empresários pagavam uma espécie de “mesada” para que os servidores públicos os ajudassem a extrair ouro de garimpos ilegais abertos em terras indígenas e áreas de reserva legal do estado.

Agência Brasil - Geral
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-11/pf-deflagra-acao-contra-extracao-de-ouro-em-terras-indigenas-no-para


Policiais federais prenderam, nesta quinta-feira (28), em caráter preventivo, dois servidores públicos e dois empresários suspeitos de participar de uma suposta organização criminosa dedicada a cometer crimes ambientais na região do Tapajós, no oeste do Pará.



Segundo os investigadores, empresários pagavam uma espécie de “mesada” para que os servidores públicos os ajudassem a extrair ouro de garimpos ilegais abertos em terras indígenas e áreas de reserva legal do estado.



“O dinheiro seria para que os servidores públicos facilitassem ou não reprimissem os crimes ambientais cometidos pelas empresas, além de atuarem na logística e segurança do ouro ilegal”, aponta a Superintendência da Polícia Federal no Pará, em nota.




Brasília (DF) 27/11/2024 - PF prende servidores públicos suspeitos de ajudar garimpos ilegais.<br /> Foto: Polícia Federal/Divulgação

Brasília (DF) 27/11/2024 - PF prende servidores públicos suspeitos de ajudar garimpos ilegais.
Foto: Polícia Federal/Divulgação




Joias também foram apreendidas na operação. Foto: Polícia Federal/divulgação



Ao longo da investigação, os agentes federais reuniram indícios de que o ouro que parte dos investigados comercializou foi extraído ilegalmente do interior e do entorno da Terra Indígena Munduruku, uma das áreas da União destinadas ao usufruto exclusivo indígena mais devastadas por atividades ilícitas e que, no momento, é palco de uma operação federal para retirada dos não-indígenas.



Além dos quatro mandados judiciais de prisão, os policiais federais estão cumprindo 21 mandados de busca em Altamira, Itaituba e Santarém, além de Goiânia e Rio de Janeiro. O Poder Judiciário também autorizou o sequestro de bens e a aplicação de medidas cautelares, como o afastamento dos servidores de suas funções públicas. Ao menos oito carros de luxo foram apreendidos, além de joias, telefones celulares e uma quantia em dinheiro e ouro ainda não contabilizada.




Brasília (DF) 27/11/2024 - PF prende servidores públicos suspeitos de ajudar garimpos ilegais.<br /> Foto: Polícia Federal/Divulgação

Brasília (DF) 27/11/2024 - PF prende servidores públicos suspeitos de ajudar garimpos ilegais.
Foto: Polícia Federal/Divulgação




Ao menos oito carros de luxo foram apreendidos na operação. Foto: Polícia Federal/divulgação



Por razões legais, as identidades dos investigados e os órgãos para os quais trabalhavam não foram confirmados até a publicação desta reportagem. Segundo a PF, só um deles recebia R$ 4 mil mensais “para não embaraçar o negócio ilegal”. Outros dividiam R$ 10 mil mensais para se colocarem à disposição da suposta organização criminosa – da qual faz parte um empresário condenado anteriormente por tráfico de drogas, receptação, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação para o tráfico.



A Operação Cobiça, conforme foi batizada a ação deflagrada esta manhã, surgiu da Operação Ganância, que a PF realizou em Rondônia, em 2022, para apurar o desvio de recursos públicos federais na prestação de serviços de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea. Na atual operação, os crimes investigados são: lavagem de dinheiro, usurpação de bens da União e organização criminosa.



 




Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-11/pf-deflagra-acao-contra-extracao-de-ouro-em-terras-indigenas-no-para
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