Os alvos são suspeitos de participar de um esquema de desvio de verbas de cota para o exercício da atividade parlamentar - dinheiro para financiar atividades relativas ao mandato, como passagens aéreas, alimentação, aluguel de carro e combustível.
“As investigações apontam para a existência de um esquema criminoso caracterizado pela interação entre os setores público e privado, no qual agentes públicos e empresários teriam estabelecido acordo ilícito para o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares”, detalhou a PF em nota.
Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), corte máxima da Justiça brasileira que autoriza investigações que envolvam, de alguma forma, agentes públicos com foro privilegiado, como deputados federais.
O deputado Sóstenes Cavalcante informou que concederá entrevista coletiva às 12h30, no Salão Verde da Câmara dos Deputados. Pelo X (antigo Twitter), ele afirmou que foi informado da operação por meio da imprensa. “Podem revirar tudo, não irão achar nada!”, disse.
O deputado Carlos Jordy fez um pronunciamento na tribuna da Câmara, no qual chamou a ação da PF de "abuso de autoridade" e se disse "perseguido" por ser parlamentar de oposição ao governo. Ele negou irregularidades. "Não há nada de errado no aluguel dos meus carros. Seguem todos os trâmites da Casa, estão devidamente registrados, os contratos estão de forma legal", afirmou.
À tarde, o deputado Sóstenes Cavalcante concedeu entrevista à imprensa, em Brasília. Ele disse que a investigação se refere ao contrato de um carro Toyota Corolla, no valor de R$ 4,5 mil mensais, segundo ele, abaixo do preço de mercado, o que inviabilizaria a suspeita de superfaturamento. Ele explicou que os alvos da busca foram um assessor e uma ex-assessora.
"Até o presente momento, tenho convicção da lisura e transparência do trabalho deles", defendeu o parlamentar, destacando que não teve acesso aos autos do processo sob sigilo. "Espera que não seja nenhum tipo de perseguição política", disse.
A Agência Brasil procurou o diretório fluminense do PL e aguarda retorno.
Os crimes apurados pela PF são peculato (quando funcionário público se apropria de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular), lavagem de dinheiro e organização criminosa. O processo corre em sigilo de Justiça.
* Matéria atualizada às 11h53 para acrescentar as declarações do deputado Carlos Jordy
** Matéria atualizada às 14h36 para acrescentar as declarações do deputado Sóstenes Cavalcante